A ira de Morfeu

Diz a lenda, que na Inglaterra havia um vilarejo por nome Praça, e que lá todos os moradores eram seguidores de Morfeu, deus do sono. Todos os dias eles levavam oferendas ao deus, em sua caverna e por isso recebiam a graça de ter ótimas noites de sono. Nunca se viu em outro vilarejo, pessoas mais felizes e robustas do que aquelas, afinal quando dormimos bem quase tudo vai bem...

Numa manhã fria de um final de outono, um arauto veio em nome do Rei inglês, trazer uma tarefa ao povo daquela vila. Eles teriam que dar uma grande festa, em homenagem ao afilhado de uma duquesa que chegaria, dentro de um mês na Cidade. Para agradar o rei, os pracianos não mediram esforços e fizeram de tudo para que esta festa fosse, de fato, uma “SuperProdução”.

Mas com tanta dedicação ao evento, eles acabaram deixando de lado a devoção à Morfeu, o que causou muita ira no deus esquecido. Então ele resolveu se vingar daquelas pessoas e ameaçou tirar o bem mais precioso que ele os concedia todas as noites: o sono!

Macedo, representante do vilarejo, suplicou a Morfeu que lhes dessem uma chance de rever o erro quase fatal. E pediu que Ele mostrasse um meio de conciliar as duas atividades, sem que ninguém fosse prejudicado. O deus então se compadece do povo e resolve dar uma condição para não precisar punir os pracianos. Para não sofrerem de uma terrível insônia, eles teriam que garantir que a festa seria a melhor, já vista nos últimos tempos. Caso contrário, a maldição seria consumada e NINGUÉM conseguiria pregar os olhos (a não ser pra rezar, tentando o perdão). Daí o empenho dos pracianos dobrou e dia após dia não pensavam em outra coisa, somente na Grande Festa...

Passado o mês que tinham de prazo, os pracianos convidaram toda a redondeza para a festa, que quase lhes custou o sono. Todos reunidos no salão, na expectativa do resultado do evento, afinal a noite era decisiva. A festa aconteceu durante toda a noite e os convidados pareciam estar curtindo ao máximo tudo. E não me refiro aos convidados de honra, por que esses...

O som estava rolando, todo mundo dançando, de repente a porta do salão se abre e um vento impetuoso invade o local, deixando tudo sem ordem. Era Morfeu, IRADO, por que as suas expectativas foram frustradas. Ele esperou muito mais de um povo que buscava redenção. Parecia que eles não deram crédito à ameaça. Então o deus lançou sobre eles a tão temida maldição Insonyus.

Após cinco dias sem conseguir dormir, os pracianos resolveram apelar para qualquer tipo de ajuda. Bom Velhinho, Messias, Fausto Silva. Nenhum deles resolveu o problema. De repente alguém na Cidade grita: CATATAU! É isso. Precisamos trazer Catatau. Dizem por aí que nesta época do ano ele também tem o poder de fazer as pessoas dormirem. (isso dá outra lenda)

Este Alguém imediatamente correu até a caverna de Catatau e implorou que ele salvasse o seu povo da Insonyus. O pequeno urso, que estava próximo da sua época de hibernação, teve compaixão dos pracianos e se prestou a ajudá-los. Foi até o vilarejo, levando consigo um enorme pote com mel silvestre misturado com morfina e passou um pouco na língua de cada praciano presente naquela noite, a primeira de um longo inverno. Todos dormiram feito crianças. Um sono gostoso, como nunca dormiram antes.

Após o auxílio, Catatau retirou-se para sua caverna, hibernou e até o momento ninguém jamais ouviu falar dele. Dizem que ele anda em Sergipe, fazendo campanhas, mas apenas dizem...

Qualquer semelhança com a realidade é mera concidência, e os personagens citados acima podem ser facilmente confundidos com pessoas da vida real.